Full-Pads prioriza preparação física

A utilização de full-pads por todas as equipes que participarão I Campeonato de seleções, organizado pela AFAB e pela LPFA, é a grande novidade do evento, e um marco na história do esporte em terras brasileiras. Não só pelo ineditismo, mas porque abre definitivamente as portas para este que é um dos esportes que apresenta a maior taxa de crescimento na última década.

Entretanto, com a prática do futebol americano equipado (ombreiras e capacete), outro aspecto passa a ter relevância primária: a preparação física. Isso porque os quilos a mais acabam por alterar aspectos importantes como velocidade, força, potência e equilíbrio, entre outros pontos.

Para Marco Bucci, diretor do Palmeiras Locomotives e professor de educação física mestre na área de fisiologia do exercício, a chave esta na preparação correta do atleta. "Não basta só levantar ferro, é preciso haver um planejamento sistemático com toda metodologia científica designada para o aprimoramento dessa capacidade biomotora", comenta.

É preciso alertar também para o aumento considerável de lesões ocasionadas não só pelo maior degaste muscular por conta do sobrepeso, mas principalmente para as contusões de cabeça e coluna vertebral.

Segundo estudos publicados no American Journal of Sports Medicine, pesquisadores identificaram um total de 94 lesões classificadas como "catastróficas" dentro de um período de 13 anos. Destes, 92 tiveram como vítimas atletas em fase escolar (colegial e universitário), o que demonstra uma necessidade efetiva de preparar o atleta desde cedo para a prática esportiva adequada do esporte.

Mesmo que o número de contusões seja relativamente pequeno se for comparado ao de praticantes ou jogos, não se deve deixar passar a importância da preparação correta para o futebol americano.

Na prática, isso significa campo aberto para os profissionais da área, que terão vasto espaço para aplicar conhecimento técnico em um número cada vez maior de equipes. "Com um programa de treinamento de força específico para a modalidade, os atletas irão correr mais, saltar mais, dar tackles mais firmes e reduzir o risco de lesões", conclui Bucci.